De volta a Sala de Espera

Aquelas festas de fim de ano já tinham passado e, finalmente, tinha chegado o dia de finalizar meu tratamento. Eu estava feliz e triste. Feliz por poder dar fim a tudo aquilo e triste por ser um final forçado já que seria necessário mais tempo para concluir tudo sem problemas futuros.

Ah! e vocês podem achar que eu não curta as festas de final de ano, mas não é isso, eu curto sim, só que, infelizmente, é nessa época que os assaltantes ficam, também, mais animados. Mas com o ano começando, eu poderia voltar a me arrumar do jeito que eu gosto sem muito medo de sair na rua chamando atenção de quem não deve.

Naquela manhã, tinha feito como da última vez, saído cedo para não ser surpreendida com imprevistos, como o trânsito, por exemplo. Só que desta vez, tinha acontecido algo estranho, pois o local estava fechado. Que falta de sorte! E enquanto eu esperava do lado de fora, aquele outro paciente chega, desta vez ele não se atrasou.

Conversamos um pouco mais desta vez. Ele me cumprimentou com um bom dia, perguntou se eu esperava pelo médico e comentou achar estranho tudo estar fechado até que o segurança do estacionamento que ficava do outro lado da rua, grita:

- Hoje ele só vem às 10h00!

- 10h00!? Eu afirmo perguntando.

- Que nada... (hahaa), é zoação dele! Ele responde me acalmando.

Minutos depois, ele começa a mexer em seu celular enquanto escuta alguma música pelos fones de ouvido. Provavelmente, estava verificando suas redes sociais. E como o dia estava quente, resolvi atravessar a rua para aproveitar a sombra de uma árvore.

Não demora muito e ele atravessa a rua, só que ao invés de ir para debaixo da árvore, entra numa padaria e depois, ele se aproxima de mim dizendo ter feito contato com uma funcionária pelo FB sem sucesso. Esta era minha chance de puxar mais assunto dizendo que eu tinha enviado um whats para o médico, sem sucesso também e de repente, ali trocarmos nossas redes sociais... só que não, ainda não... tudo tem seu tempo... sei que sou um pouco lenta, mas é melhor do que parecer oferecida e eu não estou a procura de um namorado... bem, pelo menos por enquanto.

Ah sim! Desta vez, eu estava bem apresentável e notei ele bem mais interessado em puxar papo comigo. Por fim, nos despedimos, pois já tinham passado 1h15 e tanto eu quanto ele tínhamos outros compromissos. Ele foi em direção ao estacionamento e eu ao ponto de ônibus.

Comentários a parte: Não tenho costume de alongar crônicas, mas a pedidos de leitores, resolvi fazer uma segunda parte para a Sala de Espera, já que o começo do ano me inspirou.